Este artigo aborda quatro problemas de investigação: i) determinar a capacidade das escolas primárias mexicanas para incidir nas aprendizagens de matemáticas e leitura; ii) conhecer os fatores associados a estes resultados; iii) explorar a existência de diferenças nestes efeitos segundo o meio sociocultural da escola; e iv) explorar o papel das escolas na estruturação da desigualdade sociocultural e de gênero.
Utilizando dados das Provas Nacionais do INEE, achou-se que: i) as escolas mexicanas têm um poder reduzido para incidir nas aprendizagens, frente ao peso dos fatores socioculturais; ii) destaca-se, não obstante, a influência dos recursos humanos das escolas, a estabilidade dos docentes na escola, e o clima de sala de aula; iii) a gestão, o clima escolar, e as oportunidades de aprendizagem, praticamente não mostraram associação com as aprendizagens; iv) a eficácia destes fatores varia de acordo com o contexto sociocultural da escola; alguns se associam com uma melhora adicional das aprendizagens nos contextos mais desfavoráveis; v) existem diferenças significativas entre as escolas no que diz respeito à magnitude dos efeitos da origem sociocultural e o gênero dos alunos.