Entre os múltiplos problemas sócio-educativos que compartilhamos nesta América Latina, o fracasso escolar é quiçá uno dos que nos doem especialmente. Sem dúvida, ninguém quer fracassar e então não é possível assumir que o abandono ou a deserção escolar, quiçá sua máxima expressão, seja uma opção ou decisão desejada ou procurada pelos meninos ou jovens. O texto que compartilhamos, procura ampliar e enriquecer o entendimento destes complexos fenômenos; aprofundar em suas raízes e ancoragens políticos, estruturais, culturais e próprios das escolas, os sistemas e suas práticas. Com tal propósito, se sistematizan os fatores associados ao abandono e a deserção escolar em sete países latinoamericanos, analisando principalmente aqueles fatores próprios do sistema educativo, das práticas e processos que ao interior dos centros escolares, aparecem como claves e determinantes na decisão por permanecer ou desvincular-se definitivamente do processo educativo formal.
Suas análises e achados, ratificam que o fracasso escolar afeta de maneira principal e maioritariamente a quem pertencem aos setores mais pobres nas diferentes sociedades e do que o abandono e a deserção, são fenômenos principalmente construídos desde a própria escola, a partir de suas dinâmicas, juízos, preconceitos e práticas. Terminan indo-se do sistema escolar aqueles estudantes para os quais a escola perdeu o sentido, aqueles que se sentem excluídos ou que perderam a confiança em suas capacidades para aprender.