As reformas que iniciaram vários países da região incluem a participação da comunidade educativa como espaço democrático no que os diversos atores se envolvem ativamente na vida da escola. No Peru desde o ano 2003 -como um mecanismo formal para promover a participação democrática na gestão da educação- se criaram diversas instâncias de participação, acordo e vigilância promovidas e regulamentadas desde o Estado e que se constituem numa oportunidade para gerar uma dinâmica democrática nas escolas. Tal é o caso do Conselho Educativo Institucional (CONEI), órgão conformado pelo Diretor e os sub-diretores, e os representantes de professores, alunos e famílias de cada escola.
Neste artigo apresentamos alguns dos resultados de uma investigação realizada sobre os CONEI em seis escolas públicas de distrito de Puente Pedra (Lima). Aqui analisamos -desde os mesmos protagonistas do CONEI e desde uma perspectiva micropolítica- duas das perguntas que guiaram o trabalho: como se percebe a participação do CONEI na gestão da escola? e que tensões se encontram?
Existe um regulamento que facilitou a constituição de ditos organismos nas escolas públicas do país; no entanto, isso não tem estado acompanhado de uma real mudança na concepção de participação e, muito menos se traduziu numa prática autêntica de participação. Isso por sua complexidade e pelas condições culturais e micropolíticas que jogam em seu desenvolvimento. Apesar que no discurso se valoriza a inclusão de docentes, alunos e pais na gestão da escola, encontramos ainda a centralidad na figura da direção, a desvalorização da participação de pais e alunos, a desconfiança nos outros, e as resistências e temores a perder poder.