Neste artigo nos acercamos ao processo de construção de uma escola mais comunitária, intercultural e inclusiva, cimentada em processos de participação democrática da comunidade, desde a perspectiva da equipe de investigação. O objetivo básico do projeto geral é impulsionar a transformação de cada centro numa escola intercultural inclusiva mediante processos de investigação-ação orientados desde uma perspectiva sociocomunitaria.
Seguindo as pautas da investigação-ação participativa desenhamos um bucle de intervenção educativa de cadência anual. A finalidade é visualizar e conseguir transformações reais num curso acadêmico, que nos dêem a medida de que a mudança e a melhora não somente são necessários, senão possíveis. Para a recolhida de informação e a análise dos dados utilizamos técnicas de investigação qualitativa com uma orientação crítica e transformadora. Para isso realizamos entrevistas e grupos de discussão com os diferentes setores da comunidade educativa, e grupos mistos de análises e trabalho. Na análise dos dados realizamos uma análise de conteúdo apoiando-nos no sistema Nudist 7.0. Desde a reflexão sobre a experiência vivida começamos a entender quais são as principais dificuldades, os obstáculos e as potencialidades que encontramos neste caminho singular.
Como resultado desta análise identificamos alguns elos, que em forma de permissões ou portas de acesso, marcaram metas significativas neste caminho. A estrutura de poder, a profissionalização da instituição e a mediação familiar definem os três primeiros elos pelos que transitar. A liderança democrática, o envolvimento do professorado e o exercício comprometido da docência, e as perspectivas sociocomunitarias em educação constituem respectivamente três claves que identificamos para avançar nesta direção. Claves que nos acercam à proposta deweyano de entender a escola como um lugar único para viver a democracia de maneira participativa.